Mousse de chocolate ou salada de alface? Mousse de chocolate, lógico! Mas, por que? Geralmente a tendência é sempre escolhermos as comidas mais doces e gordurosas. Pode-se dizer que são quase irresistíveis. A ciência explica o porque: trata-se de um mecanismo cerebral regido pelo chamado neurônio da recompensa. Porém, o tal não responde sempre da mesma maneira. Existem variáveis. Vamos à elas.
No cérebro, acima dos olhos, fica o córtex orbitofrontal onde agem os neurônios da recompensa que respondem a diferentes sensações e nutrientes. Isto quer dizer que quanto mais cheiroso, cremoso e encorpado for a mousse de chocolate, mais os neurônios vão se agitar e se “alegrar”. Certamente, a gordura e o açúcar presentes na mousse de chocolate agitam estes neurônios da recompensa.
Além de responderem às sensações, os neurônios também são ativados na hora de planejar o que comer. É como se estivessem competindo entre si. Na medida em que você decide, come e se sacia eles vão ficando menos ativos.
Ter uma ideia daquilo que vamos comer também pode fazer diferença. Por exemplo, uma sopa de ‘sabor rico e delicioso’ é comida com muito mais prazer do que outra com sabor ‘água de legumes cozidos’. O interessante é que se trata da mesma sopa. Porém, as informações que chegaram foram diferentes. Da mesma maneira um vinho mais caro ativa os neurônios e é tomado com mais prazer.
A genética também fala alto na hora de escolher o que comer. Em algumas pessoas os neurônios da recompensa são ativados mais facilmente diante do açúcar e da gordura. E isto se dá por fatores genéticos.
Socialmente falando das comidas doces e em geral
Muitas variáveis influenciam na hora de escolher o que comer, de acordo com a professora de Estudos da Mídia, Emily Contois (Universidade de de Tulsa, EUA). Por exemplo: O que traz boas lembranças? O que é gostoso para nós? O que é acessível financeiramente? Ou coveniente? Qual a comida que define ideias sobre quem somos? Além disso, atualmente, as redes sociais tem um importante papel nesta escolha. De acordo com Contois “O Instagram e o desejo que as pessoas sejam capazes de tirar belas fotos da comida, transformaram a ideia de que ‘você é o que come’ em ‘você é o que você posta’.
Ainda segundo a professora, buscamos na comida conexões familiares de conforto e até mesmo controle. E, certamente, a comida fala muito sobre quem somos: “…O que comemos conta histórias sobre nosso gênero e nossa sexualidade, nossa raça e nossa etnia, nossa classe soacial ou nossas aspirações em relação à nossa classe social, a região onde vivemos, seja uma área urbana ou rural. O que comemos conta estas histórias contraditórias e complexas sobre quem somos”, diz Contois.
O conhecimento a favor da escolha saudável
Conhecer como funcionam os neurônios da recompensa pode ser o melhor caminho para fazer boas escolhas na alimentação. Entender como e porque eles são ativados ajudará a optar pelo teor da comida e não pelo rótulo. Enfim, podemos usar o conhecimento sobre o que acontece em nosso cérebro para criar alimentos saudáveis e atraentes ao mesmo tempo.