Sempre é bom ensinar nossas crianças a participar, mesmo ludicamente, da rotina de afazeres de sua casa e de sua família. Quanto antes elas aprenderem a realizar algumas tarefas, mais tranquilo será o seu desenvolvimento. Alguns estudos já demonstraram que a partir de dois aninhos, as crianças podem e devem começar a realizar certos trabalhinhos de organização e limpeza dos cantinhos onde vivem.
A psicóloga Gisele Pascoali explica que “muitas vezes, os cuidadores acham que algumas tarefas são óbvias, como arrumar a cama, só que não são. Se o pai ou a mãe não pararem para ensinar aquilo à criança, não adianta cobrar isso dela depois“.
Existem muitas maneiras lúdicas e naturais de incentivar os pequenos a cuidar e valorizar os espaços em que estão.
Vamos ver juntos, 7 dicas para incluir as crianças na rotina de organização e limpeza da casa:
1) Você deve ser o exemplo
Naturalmente, o exemplo de uma criança é o adulto. Portanto, é fundamental chamar os pequenos quando você estiver fazendo alguma tarefa de limpeza ou organização: “Só observando, a criança pode perceber como desempenhar aquela função e decidir copiar os pais“, explica a psicóloga. Ter paciência para ensiná-los também é uma condição muito importante.
2) Dividir as tarefas por faixa etária
De 2 a 5 anos: usar um paninho para limpar pequenas superfícies, armazenar legumes e frutas nos lugares adequados, arrumar a cama, guardar os brinquedos e os sapatos, regar as plantinhas, por as roupas sujas no cesto, tirar a própria roupa.
Crianças de 6 a 9 anos: varrer e aspirar a casa, preparar seus lanches, trocar a roupa de cama, levar o lixo para fora, por a mesa e retirar após as refeições, lavar o quintal com a mangueira.
De 10 a 14 anos: Limpar banheiros, cuidar dos pets, fazer lista de supermercado e também compras rápidas, por a roupa para lavar, ajudar a preparar o almoço e o jantar.
3) Usar muita criatividade
Naturalmente as crianças não curtem limpar ou arrumar a casa. Dessa forma, é muito importante que os pais usem sua criatividade para atraí-las para aquela função. O lúdico ajuda muito nesses casos: usar música, fazer uma competição entre adultos e crianças e tudo que puder despertar o interesse da criançada nesse sentido.
4) Criar e aproveitar oportunidades no dia-a-dia
Certamente existem situações mais oportunas para incluir os pequenos em determinadas tarefas. Um bom exemplo disso é quando pedimos para a criança arrumar a mesa em um dia de reunião familiar ou de amigos. De acordo com a psicóloga “os pais mostram o caminho e a criança aproveita. Às vezes, não vai ser da forma que o adulto esperava, mas já é um primeiro passo”.
5) Sempre evitar sobrecarregar as crianças
É preciso muita maturidade por parte dos pais ou cuidadores para não sobrecarregar as crianças nas tarefas do lar. Isso pode causar um efeito contrário, ou seja, que as crianças peguem raiva dessas funções.
6) Dividir as tarefas segundo o gosto da criança
Uma ótima dica é dividir as tarefas da casa entre os familiares, através dos dias da semana e também segundo o gosto de cada um, ou seja, cada um escolhe o que mais lhe agrada fazer. Logicamente, sempre sobrará alguma função e esta pode ser dividida entre todos depois.
Giselle explica que boas conversas e boas explicações ajudam muito, mesmo que a princípio não pareça: “Aposte em uma boa conversa, sentando e mostrando o porquê a criança deve fazer aquilo. Talvez no primeiro momento a criança pode dizer que é chato, que não vai gostar. Mas quando ela crescer, aquilo vai se tornar automático“, diz a psicóloga.
7) Fazer um teste com a criança
Incluir as crianças nas tarefas diárias da casa não é algo fácil e, muitas vezes, fazer alguns testes ou experiências é importante. “Às vezes, o filho não está preparado para executar aquela tarefa. Caso esteja muito difícil de incluí-la na rotina, ele precisa evoluir e ganhar maturidade para executar algo“, explica Giselle.
Por exemplo, algumas crianças querem participar de alguma atividade que não seja “obrigatória”. Neste caso, através do interesse e do incentivo gerado pelos adultos, as crianças podem até desenvolver uma facilidade para executar tarefas mais difíceis na limpeza da casa.
Certamente é bom que o adulto se questione: “Será que meu filho consegue fazer isso?”
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