Vários são os problemas ambientais que afetam o planeta – poluição das águas, queimadas, desmatamentos, poluição atmosférica – afetam a qualidade de vida do homem e de outras espécies. Estudos mostram que chegamos no limite do que o planeta pode suportar. Assim sendo, pequenas atitudes rotineiras podem ajudar, no mínimo, a conter essa situação. Por exemplo, aumentar a vida útil das roupas que usamos.
De fato, é cada vez mais difícil desconsiderar os prejuízos ambientais causados pela fabricação de roupas.
Orsola Castro é a fundadora da campanha mundial Fashion Revolution (Revolução da Moda). Em seu livro Loved Clothes Last (“Roupas amadas duram”), lançado em 2021, ela faz um apelo veemente: “Passei anos vasculhando roupas de segunda mão em brechós e vi centenas de peças perfeitas abandonadas simplesmente por causa de um zíper quebrado. Afinal, por que gastar tempo e dinheiro consertando um zíper quebrado, quando é mais rápido, mais barato e infinitamente mais divertido comprar uma roupa nova, com um zíper que funciona? Mas, por favor, podemos parar e analisar o que estamos fazendo quando desprezamos o zíper que quebrou? O que aconteceria se decidíssemos substituí-lo?“
Este é apenas um entre os inúmeros questionamentos enfrentados pela indústria da moda atualmente. Pesquisas mostram que o setor é responsável por cerca de 2 a 8% das emissões globais de gases do efeito estufa. Esses dados impressionam, acima de tudo, por ser uma indústria de produtos não essenciais. Produzem-se anualmente cerca de 80 a 100 milhões de peças de roupas.
Desafios da indústria da moda
Nesse sentido, o setor vem procurando vencer esses desafios através de projetos que visam aumentar a eficiência energética das cadeias de fornecimento, usando materiais renováveis, evitando utilizar materiais sintéticos e combatendo a crueldade com os animais, além de outras iniciativas colaborativas. Mesmo assim, o impacto ambiental que a indústria da moda causa já é gigantesco. Incineram-se ou jogam-se em aterros grande parte das 80 a 100 milhões de peças de roupas fabricadas com pouquíssimo tempo de uso.
O nosso desafio: cuidar para durar mais
Por outro lado, existe o nosso desafio: comprar menos roupas, isto é, a menor quantidade possível e cuidar delas para que durem mais. O grupo ativista britânico Take The Jump indica três novas peças de vestuário por ano. Desta maneira, fazendo com que as roupas que já temos durem muito mais, a indústria da moda poderá reduzir seu tamanho substancialmente.
O desafio está em comprar roupas de boa qualidade, se dispor a vestir a mesma roupa muitas vezes e ser capaz de cuidar delas. Apesar de ser um desafio, é possível e você estará contribuindo enormemente com a saúde do planeta.
Dicas para aumentar a vida útil das roupas
– Procurar maneiras de consertar as roupas. Isso pode ser feito através de sites que ensinam o passo-a-passo para consertos (zípers, botões, remendos exclusivos). Ainda é possível, através dos consertos, fazer novas combinações na própria roupa: “Todos nós já colocamos roupas no armário quando caiu um botão, mas seria ótimo se soubéssemos fazer o básico, como colocar a linha na agulha e costurar um botão, ou consertar uma costura”, explica a consultora de sustentabilidade Tessa Salomons. E ela continua: “Tenho uma calça de tom azul escuro com um botão amarelo, porque não consegui encontrar um botão azul escuro para substituir o que foi perdido. Agora eu simplesmente adoro aquele botão. Ele mudou toda a peça”.
– procurar usar a criatividade para combinar as roupas que você já tem no armário;
– lavar menos as roupas e, de preferência, com detergentes naturais. Lavá-las do avesso para evitar que as cores se desbotem;
– Finalmente, no caso de comprar peças novas, evitar marcas de moda de consumo, procurando marcas de conduta ética, que se orgulhem por serem artesanais.
Existe um universo de ideias que podem ajudar você nesse sentido. Essas foram algumas dicas e você pode ir muito além para contribuir com nosso planeta!